segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Brasil é tricampeão pan-americano de Rafting disputado em Foz do Iguaçu



Equipe Alaya Bozo D´Agua vence todas as provas da competição em Foz do Iguaçu e leva mais um troféu para sua extensa coleção de conquistas. Canadá fica com o título no feminino.

Aconteceu o que todos esperavam no Campeonato Pan-americano de Rafting 2010, quarta edição do evento realizado de 20 a 22 de agosto em Foz do Iguaçu. A equipe brasileira Alaya Bozo D´Agua A venceu todas as provas da competição (Sprint, Cabeça a Cabeça, Slalom e Descida) e garantiu o tricampeonato com autoridade. No feminino as disputas foram intensas e com o resultado deste domingo, na prova de Descida, nas Cataratas do Iguaçu, as canadenses do time Filles De La Rouge garantiram o título do pan-americano.

“Mais uma vez tivemos muita determinação e força para vencer, mesmo competindo contra fortes equipes. Na prova de hoje as equipes chilena e argentina também remaram muito. Agora, depois deste título, vamos nos concentrar para o Pré-Mundial que acontece na Costa Rica, em outubro”, destacou Lucas Paulino da Silva, membro da Alaya Bozo D´Agua, atuais bicampeões mundiais de Rafting.

Na última prova do evento, Descida, realizada hoje nas proximidades das Cataratas do Iguaçu, a Alaya Bozo D´Agua A venceu os cinco quilômetros com o tempo de 16:42.897. Em segundo ficou a equipe Alaya Bozo D´Agua B com 17:05.758, e em terceiro o time argentino Canon Del Atuel com 17:33.894.

Na classificação geral a Alaya Bozo D´Agua A ficou com o título com 1000 pontos, com a Alaya Bozo D´Agua B com o vice-campeonato pan-americano com 853 pontos, e a equipe Chile 1 em terceiro com 789 pontos.

No feminino as disputas foram muito mais acirradas, com o título sendo definido apenas na última prova. Na prova de Descida as canadenses da equipe Filles De La Rouge garantiram o primeiro lugar com o tempo de 18:20.268, seguida pelas costa-riquenhas do Club de Rafting Femenino em segundo (18:49.321), e as brasileiras da Brotas 40° em terceiro (19:01.545).

Com este resultado as canadenses garantiram o título pan-americano com 892 pontos. O vice-campeonato ficou com o Club de Rafting Femenino Costa Rica com 884 pontos e o terceiro lugar com as brasileiras da equipe Brotas 40° com 777 pontos.

Segundo a canoísta canadense Marilou Salette vencer a prova de hoje foi fundamental para a conquista, mesmo remando um rio com muitas ondas que exigiam muita técnica. “Este time está de parabéns, pois treinamos juntas há apenas quatro meses. Estamos felizes com o título e participar de um evento neste local maravilhoso”, disse sorridente.

Campeonato Mundial de Rafting R4 2014
Depois da realização do Campeonato Pan-americano a cidade de Foz do Iguaçu entrou definitivamente na rota internacional de grandes eventos esportivos. Segundo o presidente da Federação Internacional de Rafting (FIR), Rafael Gallo, o Brasil está de parabéns por realizar o evento num local maravilhoso com muito profissionalismo.

“Foi um dos campeonatos mais impressionantes que já vi tanto pela beleza das cataratas e do Canal Itaipu quanto pelo profissionalismo da equipe de organização. Certamente o Brasil tem minha confiança e terá meu voto para trazer o Campeonato Mundial de Rafting R4 em 2014. Estou muito satisfeito com tudo”, destacou Gallo.

Já o superintendente de comunicação da Itaipu Binacional, principal patrocinador do evento, Gilmar Piolla, reforçou as palavras do presidente da FIR e disse, “Asseguramos desde já o apoio da Itaipu para trazer o Mundial para a cidade de Foz do Iguaçu e certamente todos ficaremos muito gratos em receber esse grandioso evento”, enfatizou.

O Campeonato Pan-americano de Rafting 2010 teve patrocínio máster da Itaipu Binacional, com apoio do Macuco Safari, Parque Nacional do Iguaçu e Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu. A realização do evento foi da Confederação Brasileira de Canoagem com supervisão da Federação Internacional de Rafting.
Como são disputadas as provas de Rafting:
Um campeonato de rafting consiste em quatro provas somando 1000 pontos. No primeiro dia, acontecem duas as provas: Tiro ou Sprint valendo 100 pontos e Sprint Paralelo ou Head to Head valendo 200 pontos. No segundo dia é disputada a prova de Slalom valendo 300 pontos e no terceiro dia a prova de Descenso ou Down River valendo 400 pontos. O vencedor é aquele que acumula a maior quantidade de pontos na soma das quatro provas.

Confira todos os resultados completos no link abaixo:

Site Oficial do evento:www.cbca.org.br/rafting2010

(Assessoria)
Fonte: H2Foz

Rafting Cataratas por Marcos Labanca‏

sábado, 14 de agosto de 2010

O Brasil tem lugar para uma onça?


Por: Marcos Sá Corrêa



Cravejado de pontos luminosos, o mapa brilha na tela. Mas o que mais se nota diante do computador é a sombra de dúvidas cruciais, franzindo a jovem testa da bióloga Marina Silva. Da ex-ministra do Meio Ambiente e atual candidata à presidência da República, ela tem o nome, não as certezas inabaláveis. E, como chefe do projeto Carnívoros do Iguaçu, encara neste momento um exemplo concreto de que, na conservação da natureza, as grandes encrencas podem vir até de soluções que pareciam caídas do céu.


No mapa está gravado, como um chão de estrelas, o diário íntimo de Pança, o filhote de onça pintada que virou o assunto do ano no Parque Nacional do Iguaçu. Ele veio ao mundo com um irmão. São dois machos. Não poderia haver melhor cacife do que uma dupla como essa para apostar na perpetuação da espécia, numa região onde talvez não sobrem 25 onças pintadas, em dez mil quilômetros quadrados de retalhos florestais, que vão Paraná ao Rio Grande do Sul, passando pelo Paraguai e pela Argentina.


Pança foi seguido durante dois meses por satélite. Ganhou o rádio-colar em maio, ao ser flagrado comendo um bezerro. Deve o apelido à barriga estufada de carne fresca e fácil, predada nos rebanhos que indevidamente confinam com o parque. Dois meses depois, havia crescido tanto que, para não estrangulá-lo, o aparelho foi solto por controle remoto. Estava a exatamente 380 metros do local onde o instalaram. Pudera. Ali, o proprietário cria cabritos soltos no mato, para fingir que tem reserva florestal, sem abdicar ao uso de cada metro quadrado do terreno.


Pança pode estar errado. Mas na ilegalidade estão os donos de sítios, casas de veraneio e fazendas. Atraído pelas tentações da marginalidade geral, Pança ficou a maior parte do tempo zanzando fora do parque. Usava nessas idas e vindas as margens do rio Iguaçu, que têm mata ciliar, embora em vários trechos ela se resuma a um diáfano biombo de árvores. Nessas aventuras mundanas, ele beirou casas de campo e fundos de hotéis. Num deles, o Canzi, usou fartamene como latrina uma construção abandonada no mato. Esteve perto da Vila Carimã, bairro residencial densamente povoado. Correu o risco de subir o rio Tamanduá e bater diretamente na área urbana de Foz do Iguaçu.


Mesmo no interior do parque, ele circulou de preferência junto às áreas de visitação intensa. Tirou vários finos das residências de funcionários, flanou pela sede administrativa, cruzou insistentemente trilhas reservadas ao ecoturismo e tomou gosto pelo hotel das Cataratas – cujos arredores ostentam outra fulgurante constelação de pontos amarelos, assinalando sua presença. O hotel é de cinco estrelas. Mas Pança não refugou a boia dos operários que, trabalhando na reforma das instalações, jogam restos de comida na beira da floresta.


Pança atravessou duas vezes o rio para se internar nas matas do lado argentino. Mas sempre voltou depressa ao Brasil, talvez porque encontrou por lá um território ocupado por macho adulto. No Brasil, praticamente ignorou a área intangível do Iguaçu, onde em princípio deveria encontrar sua floresta cativa.


Com ele vai seu irmão. Os dois ainda não separaram e, onde aparecem, em geral vêm juntos. Dias atrás, foram ao Macuco Safari, cujo programa oferece aos passageiros sustos na forma de corridas no cânion em barcos infláveis, não de encontros com onças pitadas. Os guias trataram de expulsá-los dali com rojões. Fugiram. Mas, no domingo seguinte, estavam lá de volta, como se nada tivesse acontecido.


E, por falar em fim-de-semana, no passado a dupla atravessou o asfalto a uns 300 metros do portão e tomou a estrada de terra qur desce para o barranco do Iguaçu. Pelo rumo, ia visitar mais uma vez o rebanho de cabritos criados ao deus-dará.


Marina Silva tem, portanto, duas onças para devolver ao que restou de vida selvagem no Oeste do Paraná. Talvez, cercando o parque. Porque não dá para educar ao mesmo tempo duas onças e tanta gente mal acostumada a conviver com unidades de conservação.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Conselho do Parque discute uso do Rio Iguaçu e transgênicos


Membros do Conselho Consultivo do Parque Nacional do Iguaçu – CONPARNI, reuniram-se para a discussão de dois temas importantes a população do entorno da unidade: o uso do Rio Iguaçu e o plantio de organismos geneticamente modificados na região. O CONPARNI é presidido pelo chefe da unidade, Jorge Pegoraro.


A reunião aconteceu na quinta-feira, 5, durante a 16ª edição da Feira do Melado, em Capanema (PR) e contou com a presença dos prefeitos Milton Kafer (Capanema) e Ana Carlessi (Santa Terezinha de Itaipu), entre outros.


O primeiro assunto apresentado para apreciação aos conselheiros foi sobre o “Plano de Uso do Rio Iguaçu no Município de Capanema”, em especial nas propriedades integrantes do Roteiro Turístico Doce Iguassu. Alguns proprietários utilizam o rio como balneários ou para passeios de barcos. Pegoraro informou que através do Decreto federal 86.676, de 1º de dezembro de 1981, os limites do Parque foram ampliados da metade do rio até as margens, ficando assim restritos para tais usos.


Ele informou que a elaboração do Plano de Uso do Rio Iguaçu será realizada pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade - ICMBio/PNI em conjunto com a comunidade local e outros atores. Num primeiro momento serão realizadas cinco oficinas participativas nas seguintes localidades: Esmeralda; Cristo Rei; Santa Ana; Santa Clara e sede de Capanema. Em cada oficina serão escolhidos por votação, dois representantes para participarem das reuniões finais.


Haverá também uma reunião técnica com representantes de instituições públicas e privadas, para a avaliação das propostas apresentadas nas oficinas participativas e redação do documento base a ser apreciado em reunião final.


TransgênicosA segunda parte da reunião foi a discussão sobre os pareceres da Primeira Câmara Técnica (CT) do CONPARNI. criada para discussão a respeito do plantio de organismo geneticamente modificado (transgênico) na Zona de Amortecimento do Parque Nacional do Iguaçu. A CT é presidida pelo vice do Conselho, o representante das cooperativas, Ansberto do Passo Neto.


O documento enviado pelo ICMBio, após pedido de consulta, estabelece normas específicas voltadas a regulamentar a ocupação e o uso dos recursos nas zonas de amortecimento das Unidades de Conservação federal, conforme o 1º parágrafo do Artigo 25, da Lei 9.985 de 18 de julho de 2000 (SNUC).


Com a criação de uma portaria do próprio ICMBio, pretende-se definir o limite de 800 metros da unidade para o plantio de cultivares de milhos geneticamente modificados, aprovados pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) que os consideram seguros tantos do ponto de vista ambiental quanto da segurança alimentar.


Após a reunião o grupo realizou uma visita técnica ao Rio Iguaçu onde conheceram a foz dos rios Floriano e Silva Jardim, afluentes que atravessam o Parque até desembocar no Iguaçu. A próxima reunião do Coparni acontece em novembro no município de Serranópolis do Iguaçu.



(Parque Nacional do Iguaçu)

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Parque Nacional do Iguaçu recebe 129 mil visitantes em julho


O Parque Nacional do Iguaçu registrou no mês de julho a entrada de 129.387 visitantes, obtendo um crescimento de 68,31% em relação ao mesmo período do ano passado. É o melhor mês de julho desde 1986 quando foram anotados 151.953 ingressos.

Desse total de visitas 62.666 foram brasileiros, sendo 2.575 do Passe Comunidade, benefício que dá desconto de 90% no ingresso aos visitantes de 14 municípios do entorno do Parque Nacional do Iguaçu. Em seguida vem os argentinos com 45.052 visitas. Em ambos os casos o aumento no número de turistas foi de quase 91%.

Julho é segundo mês no ano de maior de movimentação turística no Parque Nacional do Iguaçu e só perde para janeiro. Isso se deve as férias escolares de inverno tanto no Brasil como em outros países da América do Sul.

Recorde - No acumulado do ano (janeiro a julho) o Iguaçu já recebeu 699.025 visitantes, uma alta de 18,50% no período. Nesse período entraram 346.131 brasileiros e 352.900 estrangeiros.
O chefe da unidade, Jorge Pegoraro, acredita que o Parque possa estabelecer um novo recorde de visitação caso a performance de crescimento continue ou permaneça até o fim do ano, chegando na casa de 1,200 milhão. O recorde atual é de 2005 com a entrada de 1,84 milhão.

(Parque Nacional do Iguaçu)