terça-feira, 26 de abril de 2011

Congresso discute as regras de um novo Código Florestal


O novo projeto estabelece como deve ser a preservação de rios, florestas e encostas, sem prejudicar a produção de alimentos e a criação de gado

Uma discussão importantíssima para o Brasil vai entrar em um estágio decisivo na Câmara dos Deputados. O novo Código Florestal estabelece como deve ser a preservação de rios, florestas e encostas, sem prejudicar a produção de alimentos e a criação de gado.

O Jornal Nacional apresenta uma série especial de reportagens de Júlio Mosquéra e Emerson Soares sobre a importância desse projeto.

Falar do Código Florestal é falar da água de nossos rios, córregos e lagos. É enfrentar a ocupação desordenada nas encostas de morros. É se preocupar com a produção de alimentos. O Código Florestal tem a ver com a qualidade de vida de todos os brasileiros.

“A discussão do Código Florestal é a discussão do futuro do Brasil, dos nossos filhos e netos, que país eles vão ter no futuro”, explicou o diretor do Greenpeace Brasil, Paulo Adario.

E também sobre o país que o brasileiro quer hoje. O preço do arroz, do feijão, do milho, da carne que chegam à mesa depende do Código Florestal.

É o Código Florestal que diz como devem ser ocupados 329 milhões de hectares, 38% do país destinados principalmente à agricultura e pecuária. São terras particulares ou em disputa pela posse que se espalham pelos seis biomas: Pampa, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal, Caatinga e Amazônia.

“Vai ser preciso tratar um pouco de forma diferenciada e analisar o caso de cada bioma, de forma diferente, uma fórmula que vai ser adotada para a Amazônia não posso ser administrada para a Mata Atlântica”, destacou Paulo Adario.

O primeiro Código Florestal é de 1934. Depois veio o de 1965. Mas nenhum dos dois foi obedecido à risca. O meio ambiente ficou em segundo plano. A prioridade dos governos era ocupar os vazios do território nacional e aumentar a produção de alimentos. De fato, a agricultura cresceu e apareceu. O país se tornou o maior exportador mundial de soja, café, açúcar, suco de laranja e carne bovina.

Mas a agricultura se desenvolveu deixando para traz uma grande dívida com o meio ambiente, que agora está sendo cobrada. A atual legislação coloca 90% dos produtores rurais na ilegalidade. O homem do campo vive sob insegurança jurídica. Os ambientalistas querem punição aos desmatadores. Chegou a hora de organizar a casa.

A palavra está com o Congresso, que discute as regras de um novo Código Florestal. Com a experiência de quem fundou a Embrapa e há 50 anos debate agricultura e meio ambiente, Eliseu Alves aponta o caminho: uso de tecnologia e diálogo para respeitar as peculiaridades de cada região do país.

“Tem que ser uma discussão tem que ser baseada nas informações da ciência, na racionalidade e na compreensão, coisa que é uma característica dos brasileiros”.

Dois instrumentos formam a base do código: a Reserva Legal, área de mata nativa que deve ser preservada dentro da propriedade rural; e a APP, Área de Preservação Permanente, locais frágeis à beira de rios, topos de morros e encostas, que devem ter a vegetação original protegida.

A nova lei tem que responder a três perguntas fundamentais: qual o tamanho das APPs e da Reserva Legal? Quem deve ser punido por destruir o meio ambiente e desde quando?

A degradação ambiental se faz sentir até mesmo quando a natureza se mostra grandiosa.

As exuberantes Cataratas do Iguaçu também dependem do respeito às áreas de preservação permanente. São mais de mil quilômetros do Rio Iguaçu, que convivem com intensa atividade humana em suas margens.

“Nós recebemos uma carga muito grande de poluentes, uma carga muito grande de resíduos de lixo”, disse o diretor Parque Nacional do Iguaçu, Jorge Pegoraro.

Conciliar agricultura e meio ambiente é rentável. Darcy Ferrarin comprou uma fazenda de 2 mil hectares em Mato Grosso em 1998. Levou três anos para recuperar a terra que estava destruída. Hoje, com o plantio direto na palhada, faz quatro colheitas por ano: soja, milho, semente de capim e algodão. A produção de gado no local é quatro vezes maior que a média da região.

“Tudo o que você põe na terra, você recebe em dobro. Se você não jogar cuidado, ela se desfaz, ela se desmancha, ela vai embora para o rio, não te produz mais, você se aborrece e acaba vendendo a terra”, afirmou ele.

O desafio do Brasil é multiplicar exemplos com o de Ferrarin. Segundo a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), a oferta mundial de alimentos nos próximos dez anos precisa crescer 20%. O mundo espera que o Brasil contribua com quase metade desse aumento.

Mas o consumidor internacional já não aceita pagar por aquilo que é produzido causando prejuízo ao meio ambiente.

“O Brasil tem uma chance de ouro de ser um dos únicos, senão o único país que combine uma agricultura altamente moderna, produtiva, com um meio ambiente com alta biodiversidade. Nós não podemos viver sem a agricultura como nós não podemos viver sem um meio ambiente saudável”, declarou o pesquisador Luiz Martinelli.



Assista reportagem na íntegra:


segunda-feira, 25 de abril de 2011

Parque Nacional do Iguaçu recebe 33 mil pessoas no feriado de Páscoa

























Fotos por Adilson Borges




O Parque Nacional do Iguaçu recebeu, no feriadão de Tiradentes e de Páscoa (21 a 24 de abril), um público de 33.362 visitantes. Na Sexta-Feira Santa, a unidade bateu o recorde de visitação em um único dia, com a entrada de 16.672 pessoas. O movimento superou a marca da véspera do feriado da Proclamação da República de 2010, quando foi registrado o total de 14.326 turistas.

O movimento de sexta-feira foi acima do esperado devido principalmente ao fechamento do comércio de Ciudad del Este (Paraguai). O clima bom também contribuiu para a grande visitação, deixando a BR-469, via de acesso ao parque, congestionada. A procura foi intensa pelas trilhas e passarela das Cataratas do Iguaçu, bem como por outros atrativos da unidade, incluindo os passeios de barco do Macuco Safári e voos panorâmicos de helicóptero.

Na quinta-feira, primeiro dia do feriado, o movimento foi de 5.689 turistas. No sábado, apesar da chuva, a procura foi dentro do esperado, com a entrada de 6.846 pessoas. No domingo, foi registrada a presença de 4.155 visitantes.

Para atender o público, a Concessionária Cataratas do Iguaçu S/A, em conjunto com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), reforçou na sexta e no sábado a frota do transporte com 13 ônibus extras, totalizando 26 veículos. Nos dois dias, a unidade abriu às 8 horas, uma hora mais cedo que o horário padrão. As equipes de monitores e o atendimento nas bilheterias também foram incrementados.

Conforme Jorge Pegoraro, chefe do Parque Nacional do Iguaçu, o saldo foi positivo. “Superamos as expectativas de 30 mil visitantes. Tivemos a satisfação de contar com um feriadão de quatro dias com uma grande movimentação. Para melhorar ainda mais o atendimento, reformas e nova infraestrutura estão previstas para os próximos meses, como benfeitorias na Trilha das Cataratas, sofisticação do Centro de Visitantes, e vendas de ingressos on-line”, ressaltou.

O gerente-geral da Concessionária Cataratas do Iguaçu S/A, Celso Florêncio, destacou que para atender à multidão a empresa não poupou esforços para receber da melhor forma os visitantes. “Estávamos preparados. Ficamos contentes com a satisfação dos turistas. E aproveito para cumprimentar todos os funcionários que contribuíram para esta marca”, afirmou.

Experiência – De acordo com a turismóloga Fernanda Berenguel, o passeio foi inesquecível. “Foi um dos lugares mais lindos que já visitei. Pra quem gosta de natureza e turismo, é imprescindível conhecer as Cataratas do Iguaçu. Tudo isso me fez lembrar de Cânion do Xingo, Sergipe. Mas aqui, a emoção é muito maior.”

O jornalista Maurício Kanno conheceu as Cataratas do Iguaçu junto com companheira Renata Millan. Para ele, que visitou primeiro o lado argentino do atrativo, a sensação foi muito gratificante. “Tenho a sensação que o lado brasileiro tem uma vista melhor, tem uma boa estrutura. Parece que estamos num filme”, destacou.

Para a família Santos, de Blumenau (SC), conhecer as Cataratas depois de cinco anos de planejamento foi uma emoção muito grande. “Nunca vimos coisas tão lindas neste mundo. Só estando aqui para saber como é bom viver. Se tudo der certo, vamos voltar muitas outras vezes”, afirmou Sérgio Luís.

Histórico
Visitação do feriado de Páscoa dos últimos anos
2011 – 33.362
2010 – 22.378
2009 – 19.991
2008 – 20.816
2007 – 15.466
2006 – 16.669
2005 – 17.701
2004 – 18.213

Recordes históricos de visitas em um único dia
16.672 – 22 de abril de 2011
14.326 – 14 de novembro de 2010
12.513 – 1º de novembro de 2009
12.388 – 11 de outubro de 2009
10.901 – 14 de novembro de 2004

Concessionária Cataratas do Iguaçu S/A e ICMBio

(Grampo Comunicação)

terça-feira, 12 de abril de 2011