Maiores problemas foram apresentados e possíveis soluções discutidas. Audiência Pública cobrou melhoria da infra-estrutura urbana, qualificação de mão-de-obra, paisagismo e segurança.
Representantes do trade turístico de Foz do Iguaçu e diversos outros membros da comunidade participaram hoje (30) de uma Audiência Pública na Câmara Municipal de Vereadores para debater o desenvolvimento do setor no município.
A audiência foi requerida pelo vereador Rodrigo Cabral (PSB) com a intenção de abordar assuntos como revitalização, conservação e segurança dos pontos turísticos; promoção dos corredores turísticos e centros comerciais na venda dos pacotes turísticos e a realização de um trabalho na qualidade da mão-de-obra do turismo entre bares, restaurantes, hotéis, guias, empresas de turismo e os demais envolvidos no setor, buscando a excelência no serviço de atendimento ao turista.
Participaram do encontro o secretário Municipal de Turismo, Felipe Gonzalez, o chefe do Parque Nacional do Iguaçu, Jorge Pegoraro, o presidente da Associação Brasileira da Indústria e Comércio (ABIH) de Foz do Iguaçu, Mauro Sebastiany, o presidente do Conselho Municipal do Turismo (Comtur), Paulo Angeli, a presidente do Sindicato dos Guias de Turismo de Foz do Iguaçu (Singtur), Rosilene Medeiros, presidente do Sindicato de Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares (Sindhotéis), Carlos Silva, entre outras autoridades, além de parte dos vereadores da Casa.
O vereador Rodrigo Cabral abriu a audiência relembrando todos os ciclos econômicos pelos quais a cidade já passou e citou a importância do setor que é um dos que mais movimenta recursos no município.
O chefe do PNI, Jorge Pegoraro, afirmou, durante a audiência, que o turismo não pode ser caracterizado como mais um desses ciclos econômicos e sim tornar-se uma economia permanente do município.
A presidente do Singtur apresentou as sugestões do sindicato para melhorar o atendimento aos turistas que visitam o destino. Uma delas é a obrigatoriedade e qualificação dos guias locais. “Temos que ter a consciência de que a utilização de guias traz qualidade no atendimento”, disse. Além disso, ela pede sejam levados aos eventos da área que acontecerem fora do país guias que falem a língua do local para apresentar a cidade.
Outra questão levantada por Rosilene Medeiros trata da infra-estrutura da cidade. Para ela, é urgente a revitalização da BR 469, que leva às Cataratas do Iguaçu, e de todo o paisagismo de Foz do Iguaçu, principalmente do Marco das Três Fronteiras que apresenta obras paradas e falta de segurança para os visitantes. A presidente do Singtur também falou da importância de se terminar a Avenida Beira Rio e da regulamentação de leis referentes ao turismo e das que ainda estão tramitando na Câmara de Vereadores.
O secretário de Turismo solicitou que a audiência seja continuada em outras ações com a intenção de consolidar as propostas apresentadas. “Se a conscientização da população tiver o devido tratamento, nós teremos uma alavanca que irá solucionar muitas dos problemas que o setor enfrente. Depende de nós”, afirmou Gonzalez. Ele também apresentou os crescentes números de visitação à cidade e destacou os programas realizados no intuito de promover o Destino Iguaçu.
O presidente da ABIH pediu maior fiscalização aos “pseudo-hotéis que invadiram Foz do Iguaçu” e que segundo ele atuam no ramo sem pagar os devidos tributos e sem estarem regulamentados. “Peço uma fiscalização mais efetiva sobre essa situação, senão o empresário regulamentado perde a vontade de investir e procura outros locais”, defendeu Sebastiany.
O presidente do Comtur solicitou maior atenção na distribuição do orçamento municipal quando se refere ao setor. “É preciso que o setor receba maiores investimentos do poder público. É necessária a aliança entre os poderes público e privado”, disse Angeli. Ele acrescentou que o montante deve ser 20% maior que o destinado no último ano e sugeriu que deve haver maior investimento na divulgação da cidade em eventos, a criação de ações de sensibilidade nos próprios cidadãos e também a regulamentação das leis e políticas de turismo já existentes.
O vereador José Carlos Neves (PMN) citou a atual situação do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu e defendeu que o local deveria ser melhorado, tanto em sua infra-estrutura como no número e freqüência dos vôos. Ele também alertou para a falta de um museu que conte a história da tríplice fronteira e de festivais de música, por exemplo, que atrairiam um grande público. Para a hotelaria, o vereador sugeriu que houvesse promoções durante a baixa temporada para atrair turistas da própria região.
O representante da empresa Dottore Cappeli, Fábio Rogério Jacovacci, falou da importância de ações em longo prazo, como a necessidade de se instruir a população para que os moradores também saibam vender o turismo da cidade.
O cidadão Pedro Vidal, morador do bairro Três Lagoas, alertou para a necessidade de um maior cuidado com o bairro, o primeiro avistado pelos turistas que chegam de automóvel na cidade. Para ele, poderia haver um portal na entrada no bairro para recepcionar os visitantes.
A representante do Instituto Turno Rural, Aurivete Pires, chamou a atenção para uma fatia do turismo que muitas vezes é esquecida pelo setor. De acordo com ela, o turismo rural está crescendo e é necessário haver uma capacitação das famílias rurais para que atendam bem os turistas. “Temos que incentivar este ramo porque temos belas propriedades para receber nossos turistas”, disse. O presidente do PTB da cidade e ex-vereador, Neuso Rafain, defendeu que um dos maiores problemas da cidade é política. “Nosso grande problema é a política, é o entrave político. Muitas vezes os empresários e os próprios políticos querem fazer, mas as leis barram as atitudes”.
(Assessoria Câmara Municipal de Foz do Iguaçu)
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