sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Pesquisas vão identificar onças por meio do DNA das fezes


O Centro Nacional de Pesquisa para Conservação dos Predadores Naturais (Cenap), do Instituto Chico Mendes (ICMbio), desenvolve, em parceria com a Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS), o Instituto para Conservação dos Carnívoros Neotropicais (Pró-Carnívoros) e o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), um projeto de pesquisa para identificar onças por meio da extração de DNA das fezes dos animais. O Projeto de Diversidade Genética e Estrutura de Populações de Onça Pintada é coordenado pela PUC-RS e visa a desenvolver uma técnica que auxilie na diferenciação de amostras de fezes de onças pardas e pintadas, espécies que ocupam o mesmo nicho ecológico, extraindo o DNA de amostras encontradas na natureza. De acordo com o coordenador das pesquisas no âmbito do ICMBio, Ronaldo Morato, essa técnica é muito importante para estudos de populações e, posteriormente, como ferramenta de monitoramento da biodiversidade. “Vamos usar muito essa técnica para avaliar o fluxo gênico, ou seja, animais que moram em uma determinada unidade de conservação (UC) e que interagem (geneticamente) com outras UCs”. Segundo Morato, as pesquisas tiveram início há cerca de três anos e o primeiro passo foi estabelecer a técnica de extração do DNA das fezes para estudos populacionais de onças. “No início a grande dificuldade era de encontrar amostras de fezes no habitat natural desses animais, já que eles vivem em grandes territórios (aproximadamente 50 km²). Como solução estamos trabalhando paralelamente com o treinamento de cães farejadores”, diz o pesquisador. Em março, uma equipe do projeto fará a primeira expedição de campo para avaliar o desempenho das onças em seu habitat. As atividades de campo serão feitas no Parque Nacional do Iguaçu (PR), Parque Estadual do Invinhema (MS), Parque Estadual do Morro do Diabo (SP), Corredor Ecológico da Caatinga (que interliga oito unidades de conservação na região Nordeste), Pantanal e Mata Atlântica costeira. Morato comentou também que, por meio do projeto, será possível identificar a espécie (se a onça é parda ou preta, por exemplo) e o sexo ( se é macho ou fêmea). “Isso terá implicações importantes em estudos de evolução, distribuição e será uma importante ferramenta para o monitoramento da biodiversidade e estudos populacionais”, diz ele.
(Ascom Chico Mendes)

Nenhum comentário: